Lições Bíblicas do 2º Trimestre de 2012 - CPAD - Jovens e Adultos
“As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem Final de CRISTO à Igreja”.
Comentários da revista da CPAD: Pr. Claudionor Correa de Andrade
Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
Lição 7: Sardes, a igreja
morta
13 de Maio de 2012
TEXTO ÁUREO
“Desperta, ó tu que dormes, e
levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá”(Ef 5.14).
VERDADE PRÁTICA
Somente o Espírito Santo pode
reavivar a Igreja e levá-la a posicionar-se como a agência por excelência do
Reino de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Apocalipse 3.1-6.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
· Identificar os problemas pertinentes a igreja de
Sardes;
· Compreender que não podemos viver de aparência; e
· Reconhecer que somente o Espírito Santo pode
vivificar uma igreja espiritualmente morta.
Palavra Chave
Morte: Fim;
desaparecimento gradual de qualquer coisa que se tenha desenvolvido por algum
tempo.
COMENTÁRIO
introdução
A igreja se encontrava morta
espiritualmente. Aparentemente estava bem, o seu exterior físico era excelente.
No entanto, podemos definir essa igreja da mesma maneira que Cristo definiu os
escribas e os fariseus: “Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que
por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de
mortos e de toda imundícia” (Mt 23.27). A igreja em Sardes
foi morrendo aos poucos até esvaziar-se por completo do Espírito Santo. Agora,
já não passava de um cadáver. Mas aos olhos humanos, parecia bem viva. Isso nos
lembra que costumamos julgar os outros pela aparência. Observamos o comportamento
e tentamos entender os motivos. Mas Cristo conhece e julga os corações. Ele vê
o caráter verdadeiro de cada crente e de cada igreja. Como nas outras cartas,
aquele que estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os
corações das igrejas. Qual não deve ter sido a surpresa dos discípulos ao
quando esta carta foi enviada ao mensageiro da igreja em Sardes; ela contrariou
totalmente a impressão popular dos discípulos. Apesar de sua aparência de uma
igreja forte e ativa, Cristo observou as falhas e sabia que aquela congregação
já estava quase morta. Caso não volta-se a viver, seria tomada de surpresa,
como se fosse por um ladrão. Não são poucos os ministérios, hoje, semelhantes a
Sardes. Estão no mesmo estado daquela, vivem do passado, pois já não existem no
presente. Cristo se refere a essa igreja como uma igreja aparentemente em paz e
tomada por indiferença e apatia. A boa fama não ocultou a verdadeira natureza
desta congregação dos olhos do Senhor. Mesmo sendo uma igreja morta espiritualmente,
Sardes abarcava remanescentes fiéis ao Senhor. A carta à Igreja de Sardes é um
aviso de Cristo para que não nos descuidemos da comunhão com Ele. Boa aula!
I. A IGREJA EM SARDES
1. A cidade de Sardes. Sardes, ou às vezes Sardis e Sárdis (Gr. Σάρδεις; “aqueles
que escapam”), correspondente ao moderno vilarejo turco de Sart (província de
Manisa), foi a capital da antiga Lídia – tendo sido depois a sede de uma
província romana após as reformas administrativas de Diocleciano, continuando a
pertencer a Roma depois e durante o período bizantino. Sardes localizava-se no
fértil vale do rio Hermo e no sopé do íngreme monte Tmolo, distante cerca de 34
km ao sul daquele curso d'água. A importância da cidade era devida ao seu
poderio militar, à sua relevante localização ligando o Egeu ao interior e a
situar-se em um vale muito fértil [1]. A indústria de tapetes era a principal
atividade econômica exercida pela cidade, até ser finalmente destruída por um
terremoto.
2. A igreja em Sardes. Assim como em Éfeso, Esmirna, Pérgamo e Tiatira, o Evangelho pode ter
chegado naquela cidade através da obra missionária de Paulo (At 19.10), mas não
devemos descartar a hipótese de que testemunhas e convertidos no dia de
Pentecostes poderiam ter sido os primeiros a levar o Evangelho para aquela
região (At 2.5-11). Embora reputado como estando vivo, o anjo da igreja de
Sardes na realidade estava "morto": sua liderança e a maioria dos
membros da igreja não tinham vida espiritual, embora se chamassem cristãos e
seguissem um ritualismo religioso. Alguns poucos crentes desta igreja eram
realmente vivos e não contaminaram suas vestes. A palavra "Sardes"
quer dizer os que escapam ou os
que saem. Ao relacionarmos esse nome com a condenação de Cristo a essa
igreja, o resultado será uma descrição perfeita das igrejas da época da
Reforma[2].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Situada em uma região próspera, a igreja
de Sardes, outrora avivada, agora vive de aparência.
II. A IDENTIFICAÇÃO DO MISSIVISTA
À igreja em Sardes, apresenta-se
Jesus como aquele que tem os sete Espíritos de Deus. Sete representa a
totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus,“ardem sete
tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus” (Ap 4.5). Os sete olhos do Cordeiro “são os sete
Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Ap 5.6). Deus sabe tudo e vê tudo (2Cr 16.9). Nada em Sardes seria
escondido de Jesus. Dessa forma, o Senhor realça a ação plena do Espírito Santo
na Igreja de Cristo. Somente o Consolador pode vivificar uma igreja morta.
1. O que tem os sete Espíritos de
Deus (Ap 3.1). A expressão “sete
espíritos” descreve a plenitude do Espírito Santo que é único. Era urgente que
Sardes soubesse: sem o Espírito Santo, a vida é impossível. É o Espírito Santo
quem dá plena vitalidade a uma igreja local. No Novo Testamento vemos o
Espírito Santo atuando na igreja de várias formas, dentre as quais: Revestindo
de poder (At 1.8; 2.1-4; 4.31), trasladando sobrenaturalmente (At 8.39-40),
orientando na separação de obreiros (At 13.1-3), participando das decisões conciliares
(At 15.28-29), direcionado as missões (At 16.6-10), distribuindo dons à igreja
(1 Co 12.11). Ao mudar de atitude em relação ao Espírito, uma igreja local pode
iniciar um processo de morte. Os passos para isso são geralmente os seguintes:
Resistir ao Espírito (At 7.51), entristecer ao Espírito (Ef 4.30), extinguir
/apagar o Espírito (1 Ts 5.19), blasfemar contra o Espírito (Mt 12.31-32) [3].
2. Os sete Espíritos de Deus. Existe apenas um único Espírito Santo (Ef 4.4). “[...] da parte dos
sete Espíritos que se acham diante do seu trono” (Ap 1.4); Trata-se do
Espírito Santo em plenitude (sete é um número de plenitude). Observemos “da
parte”, “da parte daquele que é” (Deus Pai). O versículo 5 (o Filho) e o
Espírito. Os versículos 4 e 5 englobam a Trindade. E “da parte dos sete
Espíritos” deve ser interpretado como simbólico ou haverá mais de três na
Trindade. Através da sétupla ação do Espírito Santo, o Senhor Jesus traz
novamente vida as igrejas que, à semelhança de Sardes, deixaram-se esvaziar de
Deus.
3. As sete estrelas. Apresenta-se Jesus, também, como o soberano da Igreja. Jesus não somente
vê, ele também controla. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas. Sempre
que vemos a palavra “estrela”, ela se refere a anjos. Ele segura os mensageiros
das igrejas na sua mão direita (Ap 1.16,20). Pode ver, julgar e até castigar
conforme a sua infinita sabedoria.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O Espírito de Santo é aquele que pode
vivificar uma igreja espiritualmente morta.
III. A DOENÇA E A MORTE DE UMA IGREJA
Como nas outras cartas, aquele que
estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os corações das
igrejas. “Tens nome de que vives, e estás morto”, esta frase ilustra
perfeitamente a diferença importante entre reputação e caráter. A reputação é a
fama da pessoa, o que os outros acham que ela é, enquanto que o caráter é a
essência real da pessoa, o que realmente é.
1. Perda de memória. A primeira doença a atingir a igreja em Sardes foi a perda de sua
memória espiritual. Embora vivesse do passado, já não conseguia lembrar-se do
que recebera de Deus. Por falta de cuidado, Sardes pereceu. Espiritualmente,
discípulos e igrejas caem por falta de vigilância e não são poucos os textos
bíblicos que frisam a importância da vigilância, pois o pecado nos ameaça de
perto (Mt 26.41; 1Pd 5.8). Falsos mestres com suas doutrinas confusas procuram
devorar os fiéis (At 20.29-31). Não devemos descuidar, porque não sabemos a
hora que o Senhor vem (Mt 24.42,43; 25.13; Lc 12.27-39; 1Co 16.13; 1Ts 5.6). O
bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e
oração (Ef 6.18; Cl 4.2).
2. Desleixo. Esta foi a segunda doença de Sardes: desleixo. Embora não sejamos
perfeitos, nossas obras têm de primar pela excelência. A igreja e os crentes em
particular não deve deixar-se enganar por causa de uma boa aparência ou
reputação, mas deve continuar na doutrina dos apóstolos e cuidas para praticar
os ensinamentos da sã doutrina sem desprezar o padrão divino. Sardes mantinha
uma reputação e para parecer ser uma igreja viva, havia ainda alguma atividade
em Sardes. O problema não foi a ausência total de obras, mas a falta de
integridade delas. É possível defender a doutrina de Deus sem amar ao Senhor
(Ap 2.2-4). É possível obedecer mandamentos de Deus sem inteireza de coração
(2Cr 25.2). É possível fazer coisas certas com motivos errados. Os homens podem
ver as obras; Deus vê os corações, também. No âmbito do Reino de Deus, a
perfeição é o padrão mínimo aceitável, conforme recomenda o apóstolo: “se é ministério,
seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use
esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com
cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria” (Rm 12.7.8). A perfeição na
Igreja de Cristo só é possível se amarmos o Cristo da Igreja.
3. Descaso para com o remanescente
fiel. “Poucas pessoas que não
contaminaram as suas vestiduras”(v. 4): no meio de uma igreja quase morta,
Cristo possuía um remanescente fiel. Embora as cartas fossem destinadas às sete
igrejas, as mensagens precisavam ser aplicadas na vida de cada crente, porque a
salvação não é coletiva, mas individual. Isso nos lembra de que o julgamento
final será individual (Ap 2.23; 22.12). Cada crente receberá “segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo” (2Co 5.10). Aqueles crentes que ainda ‘respiravam’ “Andarão de branco
junto comigo” (v. 4); eles já
andavam de vestidura branca, sem as manchas do pecado e esperavam andar com
Jesus de roupas brancas, representando a vitória final sobre o pecado: “Linho finíssimo, resplandecente e puro...são os atos de justiça dos
santos” (Ap 19.8); “Pois
são dignos” (v. 4): estes fiéis são dignos, não por mérito próprio, mas por
serem pessoas salvas pela graça, pessoas que andam nas boas obras determinadas
por Deus (Ef 2.8-10) e a promessa de Cristo a estes é: “De modo nenhum
apagarei o seu nome do Livro da Vida” (v. 5). O "Livro da Vida" é
mencionado várias vezes na Bíblia (Ap 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27; Fp
4.3). Paulo afirma que seus cooperadores tinham seus nomes escritos no Livro da
Vida (Fp 4.3). Cristo afirma que os nomes dos vencedores que se mantêm puros
não seriam apagados deste livro (Ap 3.5).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Apesar de morta espiritualmente, havia
na igreja de Sardes alguns remanescentes fieis, e fervorosos.
CONCLUSÃO
O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, passando
quase despercebido. Os próprios membros da congregação e outros que de fora
olham para ela, podem pensar que tudo esteja bem. Porém, o Cabeça da Igreja é
aquele que anda no meio dos castiçais e possui olhos como chama de fogo, julga
os corações e conhece o estado verdadeiro de cada igreja e cada crente. Eu
creio firmemente que Ele nos convida, com esta lição, a ouvir o que o Espírito
diz às igrejas. “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira
nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante
de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5). “Filhinhos, não
amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18).
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé,
e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Campina Grande, PB
Maio de 2012,
Francisco de Assis Barbosa,
EXERCÍCIOS
1. Segundo a lição,
quem fundou a igreja de Sardes?
R. O fundador
provavelmente da Igreja de Sardes é o apóstolo Paulo.
2. Embora parecesse
avivada, como vivia a igreja de Sardes?
R. Sardes vivia de
aparência, ela já estava morta espiritualmente.
3. Quem somente pode
vivificar uma igreja morta?
R. Somente o Espírito
Santo pode vivificar uma igreja morta.
4. Segundo a lição,
qual foi a primeira doença a atingir Sardes?
R. Foi à perda da memória
espiritual.
5. Você se considera
vivo ou morto para Deus?
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